Os educadores – desde os das mais remotas aldeias, até os das mais importantes universidades – estão em crise e discutem os novos rumos dos processos educacionais e de aprendizagem.

O dilema é: como fica o atual aprendizado, geralmente formal e socialmente controlados, diante da explosão do aprendizado informal e mediado digitalmente. Mais difícil, ainda, é aceitar que a revolução suave do aprendizado informal esteja sendo acompanhada por um conjunto de valores, motivações e ações frequentemente desprezadas na educação tradicional.

O aprendizado, on-line, trouxe para a educação mudanças que já estão ocorrendo em outros setores da sociedade. Uma das mais importantes é a “desintermediação” da transferência de conhecimento.
Não precisamos mais de uma personagem central e poderosa, entre o conhecimento e o aprendiz, pois agora todos são capazes de produzir e consumir. O intermediário está sendo substituído pelo meio digital.

Um dos pioneiros deste movimento foi Pierre Lévy, filósofo tunisiano, radicado na França e no Canadá, que em 1990 percebeu a importância do hipertexto e lançou, um pouco mais tarde, o conceito de Inteligência coletiva. Para ele, o gênero humano já passou por três períodos históricos evolutivos: a oralidade, a escrita e a virtualização na qual se encontra atualmente. Portanto, a informatização ou virtualização representa mais um ponto positivo na evolução humana.

Em Janeiro de 2014 Moises Naim lançou o seu livro “O FIM DO PODER” onde são analisadas as importantes mudanças que estão ocorrendo. O fim do professor vem em decorrência do declínio das salas de aulas e da perda do poder como únicos detentores do conhecimento.

No Brasil, Paulo Freire de 1961-1964, já ensinava com o “pé no chão também se aprende a ler”, sem paredes e sem cartilhas e dentro do contexto de cada um dos alunos.
O conectivismo – que é a pedagogia do mundo digital – se apoia nos princípios da Inteligência coletiva que leva essencialmente à desintermediação da transmissão do conhecimento e o fim do poder do professor. “As informações são cruzadas e então selecionadas por cada pessoa numa espécie de ecossistema de ideias” (Lévy)

É inevitável que todo o mundo venha a ter o seu número do IP. O modelo é o do software livre do Linux e da Wikipedia. Nos doamos o conhecimento para os outros, de modo que as pessoas possam fazer novas elaborações e aplicações. Dizemos a todos o que sabemos. Os desafios dos responsáveis pela educação é realizá-la da mesma forma como as pessoas aprendem hoje.


Abaixo, apresentação realizada em Brasilia em 28 de Fevereiro de 2014.  O áudio também poder acessado de uma forma assíncrona com os slides. Os slides são avançados manualmente de acordo ou não com o áudio abaixo que pode ser ouvido. 


 >> Originalmente publicado em Educação para Milhares


Zapping - UnBTV

Na quarta Sessão Pública da comissão UnB.Futuro Eric Rabkin discutiu as perspectivas da educação para o futuro. Veja a matéria produzida pela UnBTV sobre o evento.

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